sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Capitulo II (D)

Apesar da magnífica vista do alto das Azenhas do Mar, a praia deixava algo a desejar. O reduzido areal que quase desaparecia ao sabor das marés não combinava com o meu desejo de passar uma manhã na praia. Assim, todas as alvoradas depois da minha corrida matinal, dirigia-me à praia das Maçãs ou outra qualquer das redondezas.
O telemóvel tocou.
- Olá!
- Olá Carla, então como estás?
- Tudo bem, e essas férias?
- O sítio é fenomenal, superou as minhas espectativas, estou a divertir-me imenso.
- Já arranjaste uma companhia por aí para te aquecer nas noites frias?
- Ainda não, e as noites não são tão frias assim, mas não tarda vou precisar.
- Ok! Fica bem então, voltarei a ligar.
- Beijinhos! - retorqui antes de desligar o telefone.
Quando ia a pousar o telefone na mala reparei num papel volumoso que alterara toda a logística daquela mala típica de mulher. Retirei-o e só então me lembrei que não contei tudo à Carla. Aquele era o papel de toilette onde escrevia a estranha frase. Estava modestamente amarrotado pelos solavancos do caminho. Voltei a ler: “ZUL MUIDATS 12 ETAG”. Aquela frase não significava nada, nem a minha disposição permitia que eu usasse mais um neurónio para pensar naquele assunto. Pensava somente em gozar o resto das férias da melhor maneira possível. Cheguei á praia, estendi a toalha e fiquei ali a contemplar o horizonte enquanto discretamente, ou não, fitava os corpos esculturais dos surfistas, abençoando a hora em que tinha escolhido aquele paraíso para descansar...

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