quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Capitulo I (B)

Subitamente o cintilar parou, a luz fixou até que finalmente desapareceu no horizonte. O azul claro do céu e o tijolo do sol, típico do fim de tarde deu agora lugar a um azul-escuro estrelado anunciando que a noite chegara. O areal tornara-se deserto e ouvia-se um silêncio ensurdecedor que só era quebrado pelo som distante do Restaurante/Bar que iniciava por esta hora a sua normal agitação. Do mesmo brotava uma nuvem de fumo, em direcção às estrelas, que se diluía no céu até desaparecer. A medida que me aproximava sentia o cheiro do carvão e do churrasco, da gordura da carne a derreter no inflamado fogareiro. Lembrei-me que seriam horas de jantar e que já fazia tempo desde a última refeição decente e por isso sentia o estômago vazio. O apetitoso aroma que surgia no ar ajudou também para que o buraquinho no estômago rapidamente se tornasse num apetite voraz e insaciável. Decidi entrar no restaurante e satisfazer assim o desejo de comida que agora sentia. O restaurante era rude com mesas em alumínio bastante antiquadas, revestidas de toalhas de pano vermelhas e quadrados brancos amarelados pelo tempo, e cobertas por uma toalha de papel branco trocado a cada cliente. Ao fundo da sala aparecia um balcão também ele em alumínio e uma vitrina que expunha variadas opções: pacotinhos de manteiga para os aperitivos; sardinhas, sargos e carapaus, um naco ensanguentado de vitela; alguma fruta e doces exposta para a sobremesa. A sala estava praticamente vazia e no ar ressoava o telejornal e uma voz conhecida dos meus ouvidos do pivot que todos os dias entrava na minha casa. Obviamente que já passavam das oito da noite. Todavia procurei um relógio de parede que precisasse e confirmasse a certeza que possuía. Por de trás do balcão encontrei um relógio que fazia publicidade a uma conhecida marca de cafés e ditava 20h45m

Sem comentários: